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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ALCAÇUS..


Fuga de Alcaçuz // Agentes penitenciários negam facilitação



Os agentes penitenciários da Grande Natal estão inconformados com as suspeitas levantadas por vários representantes do poder público de que houve facilitação na fuga histórica ocorrida na Penitenciária de Alcaçuz na semana passada. Vilma Batista, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte (Sindasp/RN), considera "uma injustiça afirmarem que houve negligência por parte da categoria, pois há tempo que alertamos o governo que a falta de efetivo suficiente naquele presídio iria resultar em uma fuga como essa". Na ocasião, 41 presos fugiram do presídio, a maior fuga do RN.

Vilma Batista contesta principalmente a alegação dada pelo engenheiro Marcos Glimm, responsável pela construção do pavilhão onde houve a fuga, de que as portas nas celas não foram abertas por dentro, como publicado em matéria do Diário de Natal na última quarta-feira. "Se interrogarem os presos que foram recapturados e pedirem para que eles demonstrem como se abre aquelas portas, eles são capazes de fazê-lo", atesta a agente penitenciária.

Segundo a presidente do Sindasp/RN, os agentes que trabalham em Alcaçuz têm documentado os vários pedidos que fizeram ao Governo do Estado para que providências fossem tomadas no sentido de aumentar o efetivo de funcionários da unidade prisional, como melhorias na sua infraestrutura. Vilma Batista diz que desde a criação dos vários Centros de Detenção Provisória (CDPs) em todo o estado, o efetivo em Alcaçuz foi diminuindo e nunca mais foi reposto.

Ela alega ainda que o efetivo necessário para trabalhar no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, onde aconteceu a fuga, é de, no mínimo, 12 agentes de plantão por dia. Durante a fuga, apenas três estavam escalados para o setor. "Não havia sequer cadeados nas portas. Nossa profissão é considerada a segunda mais perigosa no mundo inteiro e trabalhar sem condições é desumano", lamenta.

Negligência

O secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Fábio Hollanda, assegura que jamais disse ter havido facilitação ou conivência por parte de qualquer pessoa, mas sim negligência. "Todos os técnicos em engenharia que visitaram o pavilhão esta semana foram taxativos em afirma que sem negligência a fuga seria impossível. Eu nunca apontei qualquer um como culpado. Somente posso dizer que a população potiguar, que paga seus impostos no intuito de ver o sistema funcionando, é que não é a responsável pela fuga". O secretário afirma ainda que tem acompanhado de perto e diariamente a sindicância aberta para apurar as causas e os responsáveis pela maior fuga da história do RN, ocorrida na última quinta-feira. "Temos de esperar a conclusão para apontarmos os culpados". 

FONTE: DIÁRIO DE NATAL, CIDADES - PAULO DE SOUZA

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